Motor interno: explorando os traumas psicológicos na oficina automotiva

Por Lelo Havreluk e Daniele Rodrigues

Nas oficinas automotivas, a qualidade da gestão é o fator mais importante para determinar seu sucesso, assim como em qualquer outro empreendimento. Principalmente no primeiro ano do negócio, quando a maior parte dos problemas aparecem, é preciso ter a mente e o coração em ordem para conseguir administrar tudo o que for necessário, e este equilíbrio é um indicativo de presença (ou não) de traumas psicológicos.

Vários erros na gestão de oficina automotiva podem ser evitados com certos preparos, sejam técnicos, sejam emocionais. E, a seguir, explicaremos esses tópicos detalhadamente para melhor compreensão.

No quesito de conhecimento técnico, conhecer ferramentas de administração e gestão de negócios é primordial para fazer a empresa progredir. Problemas sempre terão, mas o modo como lida com eles é o grande diferencial.

Dentro da gestão de uma oficina automotiva há várias pequenas tarefas envolvidas das quais podem ser bastante exigentes ao empreendedor. Porém, se realizar tais processos corretamente, logo observará um avanço na rentabilidade da empresa, denotando que dominar o processo resulta na tendência,dos erros serem evitados, seja na manutenção dos veículos, seja no cuidado com as finanças e formas de pagamento, seja nas divulgações de serviços, seja no atendimento ao cliente. Ou seja, impacta diretamente nas questões administrativas, técnicas e burocráticas do negócio.

Mas e com relação às questões emocionais, isto é, aos traumas psicológicos? Como a saúde mental pode estar diretamente relacionada ao gerenciamento de um negócio?

Assim como na oficina automotiva, a explicação está relacionada a qualquer outra área ou negócio. Refere-se diretamente à capacidade de administrar conflitos, inteligência emocional e capacidade de resiliência. Isso ocorre pois a história de vida do empresário interfere diretamente na sua maneira de ser e agir diante das adversidades. Crianças criadas por pais ansiosos, por exemplo, tendem a se tornarem adultos ansiosos. Se foi criado por genitores que tendiam a sair de casa para fugir dos problemas nos momentos de ansiedade, essa criança inconscientemente aprendeu que também precisa fugir nos momentos de estresse, seja espairecendo com momentos de distração, seja viajando mais de uma ou duas vezes ao ano (como normalmente era feito no período de férias escolares), seja desistindo de tudo e fugindo pra outro negócio ou modelo de trabalho. Em casos mais graves, pode chegar a fugir de absolutamente tudo o que lhe seja gatilho do problema, inclusive trabalhar.

Todo mundo tem traumas, é inevitável, faz parte da vida. Esse é o grande motor interno que move o mundo! Não se trata de grandes problemas, mas de todas as pequenas dificuldades que nos deixam marcas emocionais, sobretudo ocorridos na infância, período em que somos mais dependentes e frágeis em todos os aspectos, resultando em marcas mais profundas.

Não significa que nossos pais são os grandes vilões da nossa história, mas os grandes responsáveis pela nossa criação. Com a aquisição de maior maturidade emocional, compete a cada um de nós nos desenvolvermos e removê-los do papel de culpados pelas nossas dificuldades, para que então possamos curar nossas próprias feridas internas e evoluir, seja pessoalmente, seja profissionalmente.

Além disso, ninguém oferece o que não tem. Pais que em algum momento negligenciaram seus filhos geraram danos emocionais que, em algum momento ao longo das suas vidas, também passaram pela mesma situação. É desse modo que o ciclo se repete, passando de geração em geração até que haja uma tomada de consciência e mudança de atitude, removendo os atalhos que levaram a esse caminho.

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