Meditação: encontrar um cais em meio ao caos

Por Janaína Buss

A meditação é uma técnica milenar utilizada há muitas datas pelas mais diversas populações que atualmente tem se mostrado como uma das maiores e mais poderosas ferramentas pessoais para reequilíbrio energético, mental, físico e psicológico.

Nosso cotidiano se entrelaça em uma chuva incansável de informações, notícias e revelações. Nos vemos inúmeras vezes cercados dos mais diversos tipos de pensamentos e níveis diferentes de emoções que nos cercam. Não são poucos os momentos em que nos sentimos esgotados, como se não fôssemos mais suportar a quantidade de detalhes e situações que devemos lidar diariamente. O sentimento de esgotamento e a sensação de quase uma ‘pane’ no sistema é iminente.

Sentimos que precisamos fazer uma viagem para relaxar, dar um tempo de nossas relações, empregos e vidas sociais. Mas, curiosamente, quanto mais desejamos permanecer distantes e alheios a tudo isso, mais somos arrastados para esse processo, e finalmente entendemos não haver como nem para onde fugir do único lugar e da única persona que realmente nos pertence, que somos nós mesmos.

Podemos ir para qualquer lugar do mundo, mas nunca estaremos sós; teremos sempre a nós mesmos para cuidar e zelar. E é neste ponto de reflexão e de clareza que os processos meditativos entram. Como um alento, como um descanso, um carinho na alma e uma reconexão com o seu mais profundo ser, essa ferramenta poderosíssima e simples, de custo baixíssimo, pede para você somente alguns minutos do seu tempo para usufruir e desfrutar desse precioso e único momento seu consigo mesmo.

Muitas pessoas não o realizam devido às crenças acerca de sua prática relacionadas ao tempo ou às suas formas de práticas, e estou aqui para clarear essas crenças e para mostrar para você que, sim, é possível, e não demanda nenhuma condição perfeita para tal. Local, posição, música, movimentos de pés e mãos… nada disso necessita ser perfeito, tampouco haver uma fórmula certa a se seguir.

A melhor técnica de meditação é aquela que faz maior e melhor sentido para você, que se enquadra à sua realidade, ao seu dia a dia, que te relembra e traz novamente ao presente em uma prática cotidiana. Não há uma fórmula nem um calendário a seguir. Permita que sua intuição e seu próprio corpo e mente te tragam as respostas e a sua própria fórmula de sucesso das práticas. Você pode realizá-las em qualquer posição, inclusive em movimento.

Você já se pegou em momentos rotineiros da vida na qual está realizando alguma atividade e, de repente, não pensando em nada? Estando completamente imerso na atividade que está realizando? Esse momento do ‘não pensar em nada’ é a meditação, e é neste respiro físico e mental que exerce seu mais profundo trabalho: o de estar presente no presente momento. É como se no Universo inteirinho só existisse naquele momento! E, para o seu Universo interior, é somente esse momento presente que importa de fato. Quando você está imerso, de corpo e alma, em tudo aquilo que você está realizando, incluindo quando não se está realizando nada.

Sua mente passa por esse processo muitas vezes ao dia, porém, como estamos acostumados a essa realidade externa de estarmos sempre ocupados e realizando alguma tarefa, nos culpamos pelo vazio, pela ‘falta’ de produção, de estar sendo ‘útil’ em algum lugar para alguém. Isso reforça o quanto precisamos normalizar esses momentos de ‘nadismo’ e deixar de sentir culpa por não fazer absolutamente nada em alguns momentos. Vivemos uma vida cheia de vazios que parecem se preencher com a correria da nossa rotina, mas, se pararmos por alguns minutos, perceberemos que sabemos muito sobre tudo e quase nada sobre nós mesmos.

Por isso, a meditação é uma aliada amiga e muito sábia em nossa viagem interior para uma melhor relação com o exterior, trazendo para dentro de nós apenas aquilo que nos faz bem e conseguindo deixar passar o que não faz sentido nem nos agrega de maneira clara e orgânica. 

Você pode começar com alguns minutos, em silêncio ou com o som que te trouxe mais paz e mais sentido. Pode ser uma música favorita, podem ser mantras, sons da natureza, sons repetidos… tudo aquilo que trouxer mais conforto ao ser ouvido. Pode ser deitado(a), sentado(a), andando, cuidando do seu jardim, fazendo uma caminhada… O importante é que, seja qual for sua atividade e momento que escolher, você esteja presente nele. Podem ser poucos minutos ao dia, antes de dormir ou logo após o despertar; o importante é que seja um momento prazeroso, e não mais uma obrigação. Um momento de reserva para conversar e cuidar de si que te traga sentido e presença, uma sensação de bem-estar presente no presente momento.

As conquistas e ganhos com as práticas meditativas são sentidos segundo os dias. A clareza nos pensamentos, calma nos sentimentos e sua conexão com o mundo exterior e a paz interior, são alguns dos vários benefícios desta prática. É lucidez, serenidade, é encontrar seu porto seguro, o seu cais em meio a todo esse caos. E como pode melhorar, não é mesmo? Sempre pode!

Vamos lá! ‘Bora’ começar?

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