Por Michele Beckert
O burnon e o burnout são dois estados de exaustão relacionados ao estresse crônico, mas apresentam diferenças essenciais. O burnon é um estado de estresse prolongado e contínuo, caracterizado por uma alta carga de trabalho e pressão constante, mas sem o colapso total que define o burnout. Se não tratado, o burnon pode evoluir para o burnout, um estado mais grave de exaustão física e mental. E este artigo explora os aspectos psicológicos e físicos desses fenômenos, discutindo seus impactos e estratégias de prevenção e tratamento.
Entre os principais aspectos psicológicos estão a exaustão emocional, a despersonalização, o cinismo, a redução da realização profissional, ansiedade, depressão, dificuldade de concentração e falhas de memória. No burnon, o indivíduo frequentemente sente-se sobrecarregado, embora ainda funcional. Pode se tornar mais apático e irritado, sentir que se esforça excessivamente sem receber o devido reconhecimento, e seus altos níveis de ansiedade podem evoluir para burnout e transtornos depressivos caso não sejam tratados. Já no burnout ocorre um esgotamento completo levando a incapacidade de continuar, uma desconexão emocional severa e baixa autoestima que levam a sensação de ineficiência completa e auto isolamento. Ambos afetam a cognição, mas no burnout a dificuldade de foco e decisão é mais severa.
Essas condições também refletem no corpo. Dentre os principais efeitos estão a fadiga crônica, distúrbios do sono, problemas cardiovasculares, baixa imunidade, tensão muscular, dores corporais e problemas gastrointestinais. No burnon, o cansaço é constante, mas a pessoa ainda segue ativa. Há insônia por hiperatividade mental, aumento do risco de hipertensão e tensão muscular constante. No burnout, a exaustão impede qualquer atividade, o sono costuma ser excessivo e não reparador, maiores chances de desenvolvimento de doenças cardíacas graves e dores crônicas. Mas ambos enfraquecem o sistema imunológico e geram sintomas como gastrite e intestino irritável.
Para evitar a progressão, é essencial adotar estratégias eficazes. Identificar sinais precoces pode ajudar a evitar a evolução do quadro, bem como estabelecer limites saudáveis para reduzir o estresse, praticar atividade física regularmente, evitar estímulos antes de dormir a fim de proporcionar um sono de qualidade, acompanhamento psicológico, prática de mindfulness e meditação para reduzir a hiperatividade e exaustão mental, e buscar a manutenção de uma rede de apoio.
Compreender os aspectos psicológicos e físicos desses estados é essencial para prevenção e intervenção eficaz. Adotar estratégias de cuidado pessoal e buscar suporte adequado pode evitar complicações mais graves e promover uma vida mais equilibrada e saudável.