Por Daniele Rodrigues
Está cada vez mais comum vermos situações de intimidade sendo expostas na internet. Em poucos minutos, uma publicação já alcança um número significativo de visualizações e comentários. Esses episódios evidenciam uma série de problemas que assolam a sociedade atual, como a falta de limites entre vida pública e privada nas plataformas sociais, a falta de critério na hora de compartilhar determinado tipo de informação, a ausência de lei específica para esse tipo de delito cometido através da internet e outras ferramentas tecnológicas. Mas para a vítima fica sempre o trauma.
O problema da exposição na internet é que multiplica-se por mil. As pessoas têm dificuldades em lidar com limites e isso também se direciona às redes sociais. Quando isso não ocorre, fica vulnerável a problemas de ordem psicológica e social, necessitando inclusive de medidas legais e cabíveis.
A família precisa monitorar o uso da internet de crianças e adolescentes e orientar sobre os riscos. Quando um jovem é bem acompanhado durante o período de desenvolvimento da sua personalidade, já aprendeu a importância de limites na vida e fica mais fácil preservá-la.
Nas situações de cenas de violência ou exposição, não é apenas a vítima quem fica em situação traumática, familiares e pessoas mais próximas, mas sim desconhecidos que assistem aos vídeos ou fotos. Outras pessoas fora do contexto são expostas ao conteúdo e, dependendo da gravidade, repete-se o mesmo sentimento, comportamento e grau de ativação somática dos envolvidos. E assim, em fração de segundos, imagens são reenviadas e novas retraumatizações são geradas. Isso é o que ocorre com cenas de violência, mortes, catástrofes naturais e acidentes.
Porém, quem é você nas redes sociais? Você as utiliza de maneira responsável ou contribui para a propagação de emoções negativas e traumatizar mais pessoas por aí? Pense, avalie se você é um agente transformador ou devastador no mundo. Sim, devastador, pois ‘situações simples’ como essa podem ser a porta de entrada para outras situações problemas.