O trauma da exclusão

Por Lizamar Rodrigues

Todos nós já nos sentimos excluídos em algum momento de nossa vida e isso nos gerou muita insegurança, alterou nossa autoestima e amor-próprio, e nos fez nos sentirmos pequenos, inferiorizados, humilhados,  desconectados com o todo, gerando sérios traumas em nossas almas.

Bert Hellinger, nas constelações familiares, diz que a exclusão é um tema que traz muita dor e polêmica. Enquanto viveu como seminarista em uma tribo Zulu na África, observou durante muitos anos o que ocorre quando alguém faz algo negativo: ao invés de traumatizar ainda mais o outro, os integrantes da tribo focam em engrandecer a alma já espezinhada pela vergonha, pelo julgamento e pela crítica. Sendo assim, toda a tribo fala somente coisas boas a essa pessoa, lembrando-a dos seus dons, seus talentos e sua origem. O sujeito, então, sente-se acolhido e amado. Essa atitude traz força ancestral, enaltece o grande espírito que habita o ser, suaviza a dor e traz mudanças positivas para que o erro não torne a ocorrer. 

Todos desejamos ser inclusos, vistos com bons olhos e valorizados por sermos quem somos sem sofrer julgamentos. Então, o que podemos fazer quando temos um trauma que nos traz muita dor? Olhar para esse trauma e ver o que nos traz como aprendizado para que não mais precisemos passar novamente pelo mesmo é o primeiro passo.

Para isso, Bert Hellinger criou frases de solução para utilizar diante de um trauma que nos traz dor e proponho a seguir.

Feche seus olhos, visualize, sinta, perceba a situação, o trauma, a dor maior que te desestabilizou e como se manifesta à sua frente: como um sentimento, uma palavra, uma energia, uma expressão e apenas sinta. Olhando diretamente para esse trauma à sua frente, fale se acreditar como verdade: querido trauma, foi muito difícil para mim, foi muito difícil eu ter vivenciado isso com você, eu me senti (nesse momento, insira tudo o que você sentiu para se libertar dessa dor), mas agora não consigo mais levar esse peso, é muito pesado, eu não dou conta.

Por isso, entrego a você (nesse momento, você pode listar tudo aquilo que sentiu através desse trauma, como, por exemplo, toda a frustração, mágoa, ressentimento e dor) e entrego com amor. Sinto muito se te julguei, não foi minha intenção, mas não consegui lidar com tudo isso. Eu somente dou conta do que é meu, assumo a minha parte, mas entrego a você o que é seu. Assim fica leve para nós.

Levarei todo o aprendizado que você me trouxe, você me ensinou a (agora, liste tudo o que esse trauma te trouxe de crescimento interior) mas, a partir de hoje, escolho ser (cite tudo o que você escolhe a partir de hoje para sua vida). Finalize fazendo uma reverência pelo grande aprendizado que recebeu e dê as costas para esse trauma, motivando-se e caminhando em direção ao seu futuro, buscando materializar tudo aquilo que você deseja em sua vida.

Sinta a força da vida que você recebeu de seus pais biológicos, mesmo que você não os conheça. Seu pai, atrás do seu ombro direito, e sua mãe, no esquerdo. Se aposse dessa força ancestral que agora te impulsiona ao seu futuro, cujos pais que te deram a vida te abençoam para seguir sua vida em paz. Para encerrar, se desejar, você pode fechar seus olhos por alguns instantes ocasionalmente e visualizar se algo mudou dentro e ao redor de si. Se sim, tome consciência da mudança em seu coração.

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