Já conversou com a sua ansiedade?

Por Cintia Baek

 

Existe um modo de conversar com a ansiedade? Isso é possível? Tem algum efeito positivo? Essa pergunta pode parecer ridícula para algumas pessoas, porém, óbvia para aquelas que já estão em um processo de autoconhecimento há mais tempo. No entanto, respondo: sim, existe um modo de conversar com a sua ansiedade e tirar muito proveito desse ‘diálogo’.

Cada um possui seu próprio modo de lidar com as emoções; muitos descontam na comida, outros descontam em alguém com grosserias e agressividade, outros descontam na prática de atividades físicas, e assim por diante. Existem diversas formas de aliviar emoções e sentimentos, mas fato é ser necessário aprender a conversar e identificar seus desconfortos para descobrir a melhor solução para findá-los, ao invés de simplesmente esperar que sumam ou fingir que não existem.

Primeiramente, lembre-se que se sentir ansioso(a) é natural e necessário ao ser humano por ser o que faz com que seu corpo esteja preparado para as situações da vida. No mundo animal, com outras espécies, é equivalente ao que chamamos de ‘fugir ou lutar’, ‘bater ou correr’, havendo apenas duas opções frente às situações que se deparam. Mas o mesmo também acontece conosco, afinal, somos animais e perante qualquer situação da vida temos (ou deveríamos ter) essas mesmas duas alternativas: fugir ou lutar.

Porém, é ‘aí’ que surgem os problemas com a ansiedade. Em níveis considerados ideais, proporciona força e raciocínio para uma tomada de decisão mais adequada para determinado momento e situação. Mas, quando seu nível no organismo ultrapassa o ideal e não perdemos a capacidade de analisar qual o melhor modo de enfrentar uma situação, ficamos paralisados, sentimo-nos com as ‘mãos atadas’ e completamente entregues à ansiedade, a qual deixou de ser necessário para ser prejudicial. 

Assim, retomando a pergunta inicial, reflita: você já conversou (ou tem conversado) com a sua ansiedade? Já se perguntou o que pode fazer e o que está fazendo para se ajudar quando é atingido(a) por emoções e/ou sentimentos desconfortáveis?

Muitos não dialogam com suas emoções nem percebem o que ocorre em sua mente e seu corpo, acabando por ‘varrer os problemas para debaixo do tapete’, ignorá-los completamente, fingir que não existem, desprezar suas emoções e descontar a frustração em outros alvos. Assim, a duas alternativas de luta ou fuga se tornam quatro, onde duas delas (ignorar ou descontar) não resolvem em nada o problema e podem, inclusive, fazer com que se torne muito maior do que de fato é.

Você certamente já optou por cada uma das quatro decisões em algum momento da sua vida: já fugiu de um problema/situação por ser a melhor alternativa; já enfrentou, independentemente se obteria sucesso ou não; já ignorou por completo; e já descontou em algo esperando que a situação ou emoção (ou ambos) desaparecessem magicamente. Porém, agora, proponho focarmos na última opção para entendermos melhor sobre essa circunstância, pois tenho certeza que você se identificará com alguns dos seguintes cenários ou todos eles.

Vale ressaltar que não existe um manual de instruções com a maneira correta e ideal para enfrentá-los, pois cada um possui seu modo de funcionamento, suas percepções, vivências, ensinamentos, e compreensões sobre o que funciona ou não para si. Porém, o que esperamos é que você possa começar e ser capaz de praticar esse exercício. Se não houver compreensão do porquê suas emoções estão em níveis tão elevados, angustiantes, sua vida será controlada por elas e você estará totalmente paralisado(a) e à mercê dos movimentos causados por quaisquer eventos da sua vida.

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