Estética na odontologia, parte 5

Por Cintia Baek

Uma boa aparência física é fundamental para fazer com que um sujeito se sinta bem emocionalmente e consigo mesmo na atualidade, além de servir como motivação para os inúmeros desafios encontrados no cotidiano. Uma vez que somos capazes de expressar sentimentos através da face e, principalmente, pelo sorriso, aspectos estéticos negativos podem afetar tanto o estado psicológico quanto o convívio social caso sua autoestima seja abalada (OLIVEIRA, 2019).

Nesse sentido, problemas como a fluorose dental podem influenciar muito o estado emocional. Essa patologia afeta os dentes e se desenvolve durante sua formação, alterando o esmalte dentário por excesso de flúor no organismo. Trata-se, portanto, de um efeito colateral consequente do uso crônico de flúor, sendo o maior risco durante os primeiros três anos de vida, pois é no decorrer desta faixa etária que se dá a formação e desenvolvimento dos primeiros dentes, quer sejam dentes de leite (dentes decíduos), quer sejam dentes definitivos. No entanto, este problema é evidenciado em adultos e independentemente da faixa etária, com intensidades diferentes segundo a quantidade de flúor no qual foi exposto quando ocorreu a formação e erupção dos germes dentários.

A fluorose compromete a aparência dos dentes e traz constrangimento, impedindo a formação de sorrisos (CHANKANKA  et  al., 2010). Estudos sobre tratamentos de reabilitação bucal realizados na primeira infância afirmam que a criança com perda dentária prematura pode se tornar alvo de brincadeiras e ridicularização no convívio entre colegas principalmente no período que compreende o ingresso no ambiente escolar e a socialização precoce (ou seja, em torno de dois a três anos de idade ao invés dos seis anos).

As alterações dentárias que comprometem a harmonia bucal do paciente podem trazer sérias consequências sobre sua imagem social. Dependendo do impacto emocional dessas alterações, sua autoestima, autoaceitação e suas relações interpessoais podem ser comprometidas. Diante disso, o tratamento na infância resulta na eliminação da dor, recuperação da função estética, impacta diretamente no estado psicológico infantil e altera a conduta da criança e dos pais frente à saúde bucal.

Algumas formas que são eficazes para o tratamento de fluorose são técnicas mais invasivas, como  coroas  protéticas e facetas  estéticas, ou menos  invasivos  como  a técnica  de  microabrasão  do esmalte juntamente com o clareamento dental, muito utilizado na remoção de manchas e manter as estruturas dentais intactas.

Pouco se sabe sobre o impacto e as reais consequências das manchas de fluorose na vida do adolescente. Por isso, a odontologia estética atua além do restabelecimento da função e da estética, auxiliando também na recuperação da autoestima.

REFERÊNCIAS:

OLIVEIRA, G. de S.; GUSMÃO, Y. G.; NUNES, F. M.; OLIVEIRA, I. de S.; CANGUSSU, L. S.; GONÇALVES, M. C. Associação entre a odontologia estética e autoestima. Revista Eletrônica Acervo Odontológico, v. 1, e3892, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.25248/reaodonto.e3892.2020. Acesso em: 12 mar. 2025.

RODRIGUES, A. G.; ROCHA, D. J. Recuperação da autoestima em pacientes com fluorose dentária. Libertas Odontologia, [Internet], v. 1, n. 1, 15 dez. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.29327/244963.7.2-10. Acesso em: 12 mar. 2025.

SAÚDE E BEM-ESTAR. Fluorose. Disponível em: https://www.saudebemestar.pt/pt/medicina/dentaria/fluorose. Acesso em: 12 mar. 2025.

Subir