Medo e ansiedade na Odontologia

Por Cintia Baek

 

O medo, em geral, se refere a um objeto ou a uma situação definida, como um perigo imediato. Todos sentimos medo, é inerente ao ser humano, embora sua etiologia seja multifatorial. Mas a ansiedade é uma resposta emocional caracterizada por uma sensação desagradável de tensão, apreensão, preocupação e nervosismo que antecipa um perigo futuro e incerto, que pode ou não acontecer.

Na odontologia, certas reações emocionais dos pacientes podem envolver mudanças comportamentais e alterações na condição física e cognitiva. Assim, quanto maior for sua ansiedade, maior sua sensibilidade à dor e probabilidade de reagir se esquivando do tratamento.

É comum o temor e a preocupação com a realização de procedimentos odontológicos, inúmeras pessoas necessitam se sentirem seguras e autoconfiantes antes de buscar pelo tratamento, agendar e realizar quaisquer operações. Este é um medo bastante antigo, histórico, advindo da odontologia primitiva/rudimentar, com a utilização de instrumentos menos modernos e a realização de procedimentos dolorosos. E, até hoje, a aplicação de anestesia é um dos maiores geradores de ansiedade.

Com a evolução científica em diversas áreas do conhecimento, muitos procedimentos se tornaram mais simples, os materiais cada vez mais modernos, e os instrumentais cada vez mais delicados e precisos. E, apesar dos estudos sobre as causas e a avaliação do medo odontológico, o reconhecimento de pacientes ansiosos não é fácil, pois cada um possui a sua maneira de demonstrar emoções e sentimentos. Ainda assim, é preciso considerar esses sentimentos negativos, identificá-los e, com empatia, tentar tornar sua experiência o menos traumática possível. Por isso, é imprescindível que o profissional saiba identificar e diferenciar o medo normal do medo patológico.

Vários procedimentos podem desencadear aflição e dentre os mais comuns estão o medo de agulha no momento da anestesia, a realização de cirurgias orais menores, o preparo cavitário, a inserção de brocas na cavidade bucal, a sensação dos motores dos equipamentos nos dentes, a realização da raspagem periodontal (também conhecido como limpeza), o ruído da turbina, aplicação de implantes dentários, diferentes cheiros, a realização de tratamento de canal, o sabor do sangue de sangue e medo de sentir dor.

Esses procedimentos podem gerar um aumento da frequência cardíaca e da pressão sistólica, pois isso a importância de considerar suas experiências anteriores negativas e os relatos que ouviu de familiares e amigos sobre suas experiências traumáticas com tratamentos odontológicos, que podem influenciar no seu próprio tratamento e estado emocional.

Devido à ansiedade anterior ao atendimento, por vezes os pacientes evitam se consultar com um cirurgião-dentista até o momento em que sentem dores e/ou desconfortos extremos, incapaz de continuar ignorando o problema. Assim, a ansiedade ou fobia podem levar não somente a uma saúde bucal deficiente e perda dos dentes, mas também ao sentimento de vergonha e inferioridade. Com o intuito de minimizar essas condições, é possível contar com o suporte de medicamentos que reduzem desconfortos e aceleram o atendimento com o profissional. Outro método utilizado é a inalação de óxido nitroso (também conhecido como gás do riso), grande aliado principalmente no atendimento infantil e com pessoas com deficiência.

Atualmente, graças à variedade dos meios de comunicação, divulgações sobre a prevenção odontológica auxilia a reduzir esses temores ao revelar a modernização da área. Isso tem sido progressivamente mais comum no que diz respeito às técnicas, aos equipamentos, materiais e instrumentos, bem como à humanização do atendimento, atento aos sentimentos e emoções do paciente para superar os desafios da fobia e da ansiedade odontológica.

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