Por Daisy Augusto de Queiroz
Uma rede de apoio composta por amigos, família e grupos de suporte é capaz de influenciar significativamente o processo de cura e ajudar a lidar com as consequências emocionais e psicológicas do trauma.
Pesquisas indicam que o suporte social proporciona um ambiente seguro para compartilhar experiências traumáticas, reduzindo o sentimento de isolamento. Segundo estudos, uma interação social positiva estimula a produção de ocitocina, um hormônio que reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e assim contribui para a redução da ansiedade.
A terapia familiar sistêmica destaca a importância das relações interpessoais na recuperação dos traumas, com objetivo de fortalecer os vínculos e promover uma comunicação mais aberta e honesta. Ao aprimorar as dinâmicas familiares, abre-se um espaço seguro para expressar emoções e receber apoio.
Amigos e grupos de suporte também desempenham papéis importantes. Os grupos de suporte, por exemplo, proporcionam um ambiente de compreensão mútua cuja troca de experiência ajuda na capacidade de enfrentamento. Além de suporte emocional, se compartilha informações e recursos de como lidar com o trauma.
Já a teoria do apego, desenvolvida por John Bowlby, reforça a ideia de que conexões seguras e de apoio são fundamentais para um desenvolvimento emocional saudável. Quando indivíduos traumatizados têm acesso a relações seguras, são mais capazes de regular suas emoções, reduzir os sintomas de ansiedade e construir resiliência, favorecendo o enfrentamento de desafios e recuperação com maior confiança.
Em termos práticos, construir e manter uma rede de suporte pode incluir atividades como a participação em grupos, terapia familiar e a manutenção de relações positivas com amigos e familiares. A busca de conexões significativas são passos essenciais para fortalecer o suporte social.
O entendimento de que este suporte é essencial no processo de recuperação das experiências traumáticas reforça a importância de investir em relações interpessoais saudáveis. Ao cultivar uma rede de apoio, os indivíduos encontram conforto e recursos que facilitam sua jornada de cura.
REFERÊNCIAS:
BOWLBY, J. Uma base segura: aplicações clínicas da teoria do apego. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 1988.
LEVIENE, P. A. O despertar do tigre: curando o trauma. 1. ed. São Paulo: Summus Editorial, 1997.
MINUCHIN, S. Famílias: funcionamento e tratamento. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 1982.