Sedação com óxido nitroso na Odontologia

Por Cintia Baek

 

Sabe-se que o tratamento odontológico gera certa tensão, medo e ansiedade na população em geral. No intuito de minimizar as condições negativas dos pacientes que se submetem a este tratamento, principalmente em crianças e pacientes com deficiência, o óxido nitroso foi amplamente difundido.

O óxido nitroso (N2O) também é conhecido como gás hilariante ou gás do riso e é um gás incolor, não irritante e de baixa solubilidade. Foi descoberto pelo químico inglês Joseph Priestley, o primeiro a identificá-lo e isolá-lo, desconhecendo suas propriedades analgésicas e sem imaginar a importância que teria na Medicina. Desde então, há mais de 150 anos, é utilizado no controle de ansiedade e dor. No entanto, foi o Cirurgião-Dentista Horace Wells que, em 1844, descobriu suas propriedades anestésicas e aperfeiçoou sua técnica de uso que se mantém com um excelente histórico de segurança.

Esse tipo de sedação ocasiona uma pequena depressão do córtex cerebral, sem deprimir o centro respiratório e conservando o reflexo faríngeo. Isso significa que o paciente tem mínima perda da consciência, mantendo sua habilidade de respirar espontânea e continuamente, respondendo à estimulação física ou ao comando verbal. Ele permanece calmo com segurança e rapidez, tem sua sensibilidade à dor reduzida e sua função cardiovascular é mantida em níveis normais de segurança. É um tipo de sedação consciente, e, portanto, a principal vantagem dessa anestesia é a ausência de efeitos demorados após a sessão do tratamento, pois o óxido nitroso não é metabolizado pelo nosso organismo, uma vez que possui pouca solubilidade no sangue.

Pode ser utilizado para tratamento rotineiro de pacientes odontopediátricos, é seguro e eficaz, e influencia decisivamente no comportamento com menores índices de ansiedade na sequência de consultas. É útil também em pacientes ansiosos, portadores de doenças cardiovasculares, doenças respiratórias não obstrutivas, doenças hepáticas, oncológicas, renais, com distúrbios neurológicos, distúrbios endócrinos como a diabete, pacientes alérgicos, portadores de desordens nutricionais, leucêmicos e anêmicos. Seus efeitos clínicos podem começar em menos de trinta segundos, com pico de efeito em menos de cinco minutos e é a única técnica que apresenta reversibilidade de dois a cinco minutos.

Para determinar se o paciente pode se submeter aos procedimentos sedativos, deve-se requerer sua história médica completa contendo informações que vão desde as suas alergias, doenças e/ou anomalias; seus medicamentos de uso contínuo; e revisão dos sistemas de corpo, idade e peso; até seu histórico de hospitalizações prévias, anestesia geral, e doenças e complicações com sedação ou anestesia. Apesar do N2O não possuir interação direta com qualquer outra droga conhecida, pode aumentar o potencial de drogas usadas para induzir diretamente o sono ou outras com esse efeito colateral, pois também causar leve grau de sonolência em razão da depressão do sistema nervoso central.

Quando o paciente atinge o estágio de analgesia ideal, geralmente às custas de baixas porcentagens de N2O, pode-se observar alguns sinais e sintomas. Dentre eles:

  • sensação de dormência nos pés e mãos, evoluindo às pernas e braços;
  • formigamento nos lábios, língua, palato, bochecha, etc.;
  • espasmos palpebrais;
  • voz anasalada e cadenciada;
  • sensação de relaxamento;
  • redução da ansiedade ou medo;
  • e ampliação da audição (barulhos e conversas podem incomodar).

Assim, o óxido nitroso é um grande aliado no tratamento odontológico, sendo sua única desvantagem o custo elevado ao profissional se capacitar e adquirir o equipamento, e o alto custo ao paciente.

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