Raízes psicológicas da obesidade: traumas que moldam corpos

Por Daniele Rodrigues

Assim como muitas pessoas, certamente você se acha baixinho(a) demais, alto(a) demais, magro(a) demais, gordo(a) demais, grande demais, ou sem o devido bronzeado. Você pensa que tem muitos defeitos, mas talvez que outras pessoas nem percebam: seios pequenos, coxas grossas, tórax pequeno, músculos peitorais pouco ou nada definidos, orelhas grandes, pés pequenos… e essa lista pode ser grande! Ou, quem sabe, você já vivenciou situações tão difíceis que esconde como um segredo a sete chaves e esse pesar escapa através do seu corpo, o que lhe faz não ter o controle. Enfim, são inúmeras as possibilidades que geram sofrimento e, consequentementer, crenças limitantes. Mas, na maioria dos casos, tratam-se de traumas psicológicos não tratados.

Crenças limitantes são as coisas que não são reais, mas sentimos de forma tão intensa que parecem verdadeiras. E essas crenças agem escondido, ‘na moita’, sem que você perceba. Muitas vezes (e na maioria delas) advém de eventos traumáticos e reaparecem em situações sem relação direta com o ocorrido, mas continuam ali, te dominando. Por isso é tão importante se conhecer, identificar suas crenças, perceber quais os gatilhos que o(a) levam a ter determinados comportamentos e sentimentos. A causa raíz das dores emocionais sempre estará ‘amarrada’ em algum trauma vivenciado, conscientemente ou não.

Ter problemas é natural, faz parte da vida. Ter ‘defeitos’ físicos é totalmente normal, pois ninguém é perfeito apesar da sociedade exigir isso. Mas não aceitá-los pode gerar insatisfações e aumentar as perturbações, gerando grande sofrimento e inúmeros problemas, e dentre eles está a obesidade.

Você sabia que o formato do seu corpo mostra o jeito que a sua mente funciona? Que as suas emoções influenciam nos alimentos, podendo gerar intolerância alimentar? E que a obesidade e outras doenças são mensagens da nossa consciência, do nosso interior, nosso ‘Mestre Interior’, para que possamos aprender a vê-la não como uma doença, episódio isolado ou fatalidade, mas como uma progressão de nossa evolução?

O autoconhecimento é importante para saber identificar com maior facilidade as situações vivenciadas em outros momentos e as consequências de tais atos em sua vida na atualidade. Perceber padrões de comportamentos e emoções vivenciadas é o caminho para a resolução. É o primeiro passo, e não é raro perceber que tudo aquilo que imaginava ser a resolução ser, na realidade, mais um problema na sua vida. Isso ocorre pois, através desse processo, a mente se abre para algo novo e algumas ‘feridas’ poderão ser ‘cutucadas’ para serem cicatrizadas definitivamente, e assim é o processo de cura para uma vida plena e feliz.

É importante salientar que a nada substitui o acompanhamento de um profissional habilitado para lhe ajudar no ganho de peso e na preparação pré e pós-operatória. Procure sanar todas as suas dúvidas quanto às recomendações para a cirurgia bariátrica conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) no pré-operatório, às técnicas cirúrgicas e cuidados no pós-operatório, mas principalmente à conscientização da necessidade (e caminho) para o emagrecimento consciente. Assim, caso opte pelo procedimento cirúrgico conhecendo os prós e contras, entendendo todos os riscos, esclarecendo seus familiares sobre o processo e criando vínculo com os profissionais de saúde que trabalham com esse nicho, terá a certeza e a consciência de que optou por uma ótima decisão.

Também é válido pontuar que o tempo para absorção de todas as informações sobre esse tema é moroso mesmo e costuma gerar muita ansiedade, mas o autocontrole emocional faz parte da preparação inclusive para evitar o reganho de peso. Se a obesidade demorou para assumir o seu corpo, então, te pergunto: por que o processo preparatório para a cirurgia precisa ser tão rápido?

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