A comunhão como agente de transformação em situações traumáticas

Por Jeane Galhoti

Uma das definições da palavra comunhão diz respeito à harmonia no modo de sentir, pensar e agir, sendo uma das que mais me levam a refletir sobre o papel da união e empatia como ações para prevenir e curar situações traumáticas. Isso não significa que todos tenham o mesmo posicionamento acerca das diversas situações com as quais nos deparamos, mas costuma-se haver respeito pelas diversas opiniões e pontos de vista para evitar situações conflituosas e traumáticas. Por vezes, discordar da opinião do outro pode resultar inclusive em cenas de agressões tanto verbais quanto físicas.

Assim, a palavra Koinonia, de origem grega que significa ‘comunhão’ e se tornou muito comum entre os cristãos, utilizada no sentido de companheirismo, participação, compartilhamento e contribuição para com o próximo e com Deus. Entretanto, essa expressão também faz todo o sentido no contexto escolar ao favorecer o respeito e a colaboração entre o colegiado e contribui com a efetivação do que está disposto no artigo 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ou seja, “a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando” (LDBEN, 1996).

Um espaço escolar que agrega diversas situações e tendo a diversidade de pessoas que o frequentam, cada qual com sua história, memória e experiências, colocar em prática a comunhão previne situações de desrespeito que podem gerar distúrbios e colabora para a amenização de traumas. Isso se dá, pois a se sente valorizada e integrada ao espaço onde está inserida.

Vale citar que, em 2022, a Campanha da Fraternidade das igrejas católicas brasileiras tem como tema Fraternidade e Educação e lema ‘Fala com sabedoria, ensina com amor’. E a apresentação do texto-base afirma que a realidade da educação exige profunda conversão de todos, favorecendo uma verdadeira mudança de mentalidade, reorientação da vida, revisão das atitudes e busca de um caminho que promova o desenvolvimento pessoal integral, a formação para a vida fraterna e a cidadania.

Para finalizar, expresso o desejo de que possamos ter como iluminadores no desempenho do nosso ofício as palavras do grande mestre Paulo Freire, que ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. Que vivamos em comunhão com o próximo, mediante questionamentos que nos permitam crescer e ser melhores, partilhando a fraternidade, exercitando e compartilhando a esperança e praticando o cuidado com o próximo.

 

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN. 9394/1996. BRASIL.

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